quarta-feira, outubro 21, 2015

Desilusão e desgosto

No dia 24 de Setembro eu fui a Bruxelas de propósito votar. Se haviam eleições em que tinha de votar eram estas. 

Uma triste realidade a que cheguei com o passar dos anos, é que as pessoas são em geral muito estúpidas, e que os adultos não fazem muito mais ideia do que andam aqui a fazer que meras crianças, só que têm mais dinheiro. Pode parecer mau, mas é a minha maneira de olhar para a vida de há uns anos para cá. As pessoas são estúpidas, e eu própria consigo ser uma pessoa muito estúpida.

Muitas pessoas não fazem a mínima ideia no que votaram, não fazem ideia dos programas eleitorais, para elas isto de PSD/CDS - PS não passa de um Benfica-Sporting ou assim...

E o país não vai para bom. Temos muitos problemas, e que me afectam a mim directamente, porque sou uma jovem na recta final da Universidade. O desemprego nos jovens é devastador. Os que não estão desempregados ficam na sua maioria agarrados a empregos precários, ou a estágios do IEFP a ganhar misérias que nunca permitem que se tornem independentes, e deixem de depender dos pais, que muitas vezes também não o têm fácil para eles, quanto mais sustentar os filhos até aos 30 anos. É muito triste.

Mas se acham que eu acredito em partidos em que ninguém confiou para governar, e que têm uma ideia utópica do país e daquilo que pode e dever ser feito para o melhorar, para corrigir a situação, estão muito enganados. Eu não confio em BE, em PS e no caraças... Confio no PSD? Também não. Mas ao menos o homem não tirou um curso ao domingo, não foi preso, nem é amigo de tudo quanto é escumalha corrupta, nem parece capaz de tomar indevidamente o governo de um país que não o elegeu.

Se Costa formar governo, a desilusão e o desgosto pelo meu país irá ser ainda maior. Espero que não deixem que aquela escumalha de esquerda forme governo. Eles vão começar a gastar o dinheiro dos cofres do estado para fazer investimento público do qual não sabemos se teremos retorno, e vão fazer com que nos enterremos novamente e precisemos de ajuda externa, para nos tornarmos ainda mais escravos da Alemanha e de outros países que vão aproveitar para lucrar connosco, hipotecando o nosso Futuro ainda mais à incerteza e à miséria.

O jornal Charlie Hebdo veio elogiar a união de esquerda, que só se lembrou de se juntar depois das eleições: 

Com o título “Em Portugal, a união da esquerda faz a força”, o autor do texto, Jean-Yves Camus, saúda com efeito a decisão de António Costa de negociar com comunistas e bloquistas que, por sua vez, são igualmente aplaudidos pelas suas “concessões ao realismo para salvarem o essencial: bater uma direita antissocial”. 
“Ao abandonarem de momento o seu programa de saída do euro, os aliados (de Costa) fizeram prova de realismo, mostrando, como Tsipras (chefe do Governo grego), que a esquerda antiliberal pode ser outra coisa que um protesto ou uma utopia”, escreve o articulista.
Mas será que ainda não perceberam que estas comparações com a Grécia são tudo menos boas! A ideia é sermos diferentes, é ultrapassar a crise, é fazer crescer a economia, pagar o que se deve, incentivar o investimento externo e criar emprego.

Vão fazer o quê? Dar computadores a toda a gente outra vez? Construir o TGV sem dinheiro? Construir mais autoestradas? Acho que estamos a precisar...



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