domingo, outubro 25, 2015



Mais orgulho ainda...
Hoje teria sido um dia feliz para estar Portugal.

Nicas

Quero chorar um bocadinho de orgulho...


Nicas

quinta-feira, outubro 22, 2015

Kryptonite

ou

Meias Mudanças


Há coisas a que nos agarramos inconscientemente, sentimentos antigos do Passado que têm o poder de nos agarrar durante a noite, que povoam os nossos sonhos e os nossos pesadelos. Pessoas...

Fiz meias mudanças quando por alguns meses me desprendia, dizia 'Nunca mais!', queixava-me, vitimizava-me, largava... Mas depois voltava, e voltava o queixume, a vitimização... 'Ele é que volta!', mas eu deixava. Eu é que deixava as válvulas do coração meio-abertas num sopro, numa arritmia permanente de: 'E se não houver mais ninguém? E se for isto tudo a que tenho direito? A meias verdades, meios sentimentos, meio juntos, meio separados' para que ele pudesse voltar a entrar, e enfraquecer o miocárdio, numa cardiomiopatia dilatada sem força de contracção tanto aguentar cá dentro como para expelir cá para fora.

Mas há mudanças a que já não se deve a si mesmo, mas sim a todos os que estavam lá quando ele não estava. A todos os que viram lágrimas fossem elas no meio de uma festa da faculdade, no meio do Carrer Aribau em Barcelona, na A8 a caminho de Lisboa, no quarto a meio da noite... Que gostavam realmente, e que só queriam que divertisse, que deixasse ir, e que fosse feliz porque: Esse gajo é uma besta! Está a brincar contigo! Tu mereces melhor! Mereces alguém que goste mesmo de ti! Toda a gente merece! Que se deve também a todas pessoas que poderia ter tido, e que teriam gostado mesmo e tratado melhor. Porque depois deixam de ser erros, deixa-se de ser vítima para ser estúpida, e perde-se o direito de queixar, e um dia as pessoas que lá estavam deixam de estar.

Há mudanças que se devem mais aos outros, por gostarem de nós, e quererem que sejamos felizes.

Então se temos de sofrer os efeitos secundários da digoxina? E andar em estado intoxicado, com o orgulho ferido, por percebermos finalmente que não somos mais do que ninguém? Não sou a pessoa por quem alguém sente sentimentos tão fortes que um dia o vão fazer mudar. Não sou diferente de todas as pessoas que já saíram magoadas de histórias parecidas. Sou uma pessoa como as outras, e tenho direito às mesmas coisas, ao bom e ao mau. Sou temporária, fortuita, e finita. Não sou mais do que ninguém, e preciso de mudar.

Nicas

quarta-feira, outubro 21, 2015

“If you wait until you can do everything for everybody, instead of something for somebody, you’ll end up not doing nothing for nobody.”  
Malcom Bane
Nicas

Desilusão e desgosto

No dia 24 de Setembro eu fui a Bruxelas de propósito votar. Se haviam eleições em que tinha de votar eram estas. 

Uma triste realidade a que cheguei com o passar dos anos, é que as pessoas são em geral muito estúpidas, e que os adultos não fazem muito mais ideia do que andam aqui a fazer que meras crianças, só que têm mais dinheiro. Pode parecer mau, mas é a minha maneira de olhar para a vida de há uns anos para cá. As pessoas são estúpidas, e eu própria consigo ser uma pessoa muito estúpida.

Muitas pessoas não fazem a mínima ideia no que votaram, não fazem ideia dos programas eleitorais, para elas isto de PSD/CDS - PS não passa de um Benfica-Sporting ou assim...

E o país não vai para bom. Temos muitos problemas, e que me afectam a mim directamente, porque sou uma jovem na recta final da Universidade. O desemprego nos jovens é devastador. Os que não estão desempregados ficam na sua maioria agarrados a empregos precários, ou a estágios do IEFP a ganhar misérias que nunca permitem que se tornem independentes, e deixem de depender dos pais, que muitas vezes também não o têm fácil para eles, quanto mais sustentar os filhos até aos 30 anos. É muito triste.

Mas se acham que eu acredito em partidos em que ninguém confiou para governar, e que têm uma ideia utópica do país e daquilo que pode e dever ser feito para o melhorar, para corrigir a situação, estão muito enganados. Eu não confio em BE, em PS e no caraças... Confio no PSD? Também não. Mas ao menos o homem não tirou um curso ao domingo, não foi preso, nem é amigo de tudo quanto é escumalha corrupta, nem parece capaz de tomar indevidamente o governo de um país que não o elegeu.

Se Costa formar governo, a desilusão e o desgosto pelo meu país irá ser ainda maior. Espero que não deixem que aquela escumalha de esquerda forme governo. Eles vão começar a gastar o dinheiro dos cofres do estado para fazer investimento público do qual não sabemos se teremos retorno, e vão fazer com que nos enterremos novamente e precisemos de ajuda externa, para nos tornarmos ainda mais escravos da Alemanha e de outros países que vão aproveitar para lucrar connosco, hipotecando o nosso Futuro ainda mais à incerteza e à miséria.

O jornal Charlie Hebdo veio elogiar a união de esquerda, que só se lembrou de se juntar depois das eleições: 

Com o título “Em Portugal, a união da esquerda faz a força”, o autor do texto, Jean-Yves Camus, saúda com efeito a decisão de António Costa de negociar com comunistas e bloquistas que, por sua vez, são igualmente aplaudidos pelas suas “concessões ao realismo para salvarem o essencial: bater uma direita antissocial”. 
“Ao abandonarem de momento o seu programa de saída do euro, os aliados (de Costa) fizeram prova de realismo, mostrando, como Tsipras (chefe do Governo grego), que a esquerda antiliberal pode ser outra coisa que um protesto ou uma utopia”, escreve o articulista.
Mas será que ainda não perceberam que estas comparações com a Grécia são tudo menos boas! A ideia é sermos diferentes, é ultrapassar a crise, é fazer crescer a economia, pagar o que se deve, incentivar o investimento externo e criar emprego.

Vão fazer o quê? Dar computadores a toda a gente outra vez? Construir o TGV sem dinheiro? Construir mais autoestradas? Acho que estamos a precisar...



Nicas

Go-cart race

O tipo de Erasmus que estou a fazer agora, tendo em conta que trabalho muito e muitas horas, incluindo fins de semana e noites, faz com que não dê tanto para sair. Quando estava em Barcelona ainda saía bastante. Se não saí mais, foi porque não quis, ou porque não tinha dinheiro. Mas agora não saiu mesmo porque não posso, ou porque sinto muito cansaço.

No entanto, na segunda-feira, depois de finalmente sair do turno do fim-de-semana, dormir umas horas boas, e comer imensas torradas, quis ir a uma festa. A aventura parecia bastante simples. Ia haver um autocarro para nos levar a partir de um sítio perto aqui de casa, então lá fui eu de bicicleta. Aparquei a bicicleta, e esperei... Nada. Mas que raio? Tento apanhar net no telemóvel para começar perguntar à moça da organização: Méquié? Mas a fome falou mais alto...

Aqui na Bélgica um dos pratos típicos é, nada mais nada menos, que batatas fritas com maionese. Existem imensas 'fritures' por todo o lado onde se podem comprar uma variedade grande de fritos. Incluindo os hambúrgueres, que são panados de uma maneira que em vez de grelhados são fritos. Enfim, uma tristeza gastronómica, mas que mata fome. Então lá fui eu buscar batatas fritas com maionese 'take away'.

Esperei um bocado, meti conversa com pessoas para saber se elas sabiam de alguma coisa. Desisti, agarrei na bicicleta, lá fui fazer os 7km para a faculdade. Esta esperteza andante, ainda não arranjou luz da frente para a bicicleta, e a via para as bicicletas que vai até à faculdade, passa no meio do nada ao lado de uma autoestrada sem luzes. Há que dizer que me sentia bastante segura... Não.

Quando cheguei à faculdade estava lá imensa gente, e toda a gente parecia estar a divertir-se imenso. Tinha uma série de gente para encontrar lá dentro. Estava à entrada para pagar o bilhete... 'Sorry, we are sold out, we are not allowed to let more people in.'; 'Whaaaaaattt??'. Bem, entrei na faculdade, podia ser que houvesse uma maneira de entrar por dentro, mas fui barrada por uma segurança.

Desisti da festa. Mas estava a custar-me acreditar que tinha de ir para casa, e voltar a fazer o mesmo caminho de bicicleta sem pelo menos me ter divertido um bocadinho. Estava cansada, e não me apetecia muito ser chata, e investir em entrar na festa (algumas pessoas que conhecia disseram-me cá fora que se insistisse muito eles deixavam entrar eventualmente). Fui até à bicicleta. Saquei das batatas fritas e da maionese, arrapei com tudo... Fui para casa.

Nicas

terça-feira, outubro 20, 2015

Ramelas de mestrado

Aqui no departamento de Medicina Interna, trabalha um boss da cardiologia equina que escreveu uma série de capítulos para um dos livros de referência. No meu primeiro dia de day shift, um senhor do qual nunca tinha ouvido falar, andou à minha procura para me introduzir à clínica. Era ele mesmo.

Aqui eles fazem um teste que em Portugal nunca vi fazer, o 'exercise test'. É bastante simples. Fui ao repositório da faculdade e não vi lá nada sequer sobre cardiologia equina. Então alimentei a ideia de fazer a tese sobre isso. Andei à procura do senhor para depois perceber que ele tinha ido ao México receber um prémio. Na semana seguinte ia fazer night shift, e as chances de o encontrar iam ser muito escassas, mas não perdi a esperança!

Numa manhã quando estava toda ramelosa e mal cheirosa depois de sair do dormitório para ir para casa, encontrei-o a falar com a responsável do departamento, e fiquei ali a fazer de candelabro à espera que me dessem atenção. Foi então que 5 segundos depois de começar a falar com ele, percebi que ele era igual a mim, fala fala fala, troca-se todo, mas felizmente disse-me que sim.

Fartou-se de me dizer: Mas isto é mesmo muito simples, não tem grande coisa para falar. E eu só pensava: Caraças estou cheia de sono, como é que eu lhe explico que quanto mais simples melhor, que ninguém na minha faculdade falou nisso ainda... Abre os olhos vá...'I mean, why not? Nobody ever did it back at my faculty, and it can give an interesting discussion'... Uma cena fixe em inglês que ele me levar a sério vá... Chuta ai: 'jeopardise performance', deve chegar...

E fui para casa toda entusiasmada. Assim que cheguei mandei um mega mail à minha orientadora, mas ela não ficou nem de perto nem longe muito impressionada ou entusiasmada, bolas. Mas desejou: Bom trabalho. 

Nicas

terça-feira, outubro 13, 2015

Night shift

O 'night shift' é o meu drama actual. Dá-me taquicardia, não gosto nada da ideia de trabalhar de noite, de ficar exausta, e de ficar a dormir na faculdade sem energia para voltar a casa antes do próximo turno. E pior, não gosto mesmo nada de ter de ficar lá metade do dia e a noite de sábado, e o dia inteiro e a noite de domingo. Por mais que tente aceitar a ideia de ser um sacrifício passageiro, a verdade é que me aflige bastante. O facto de que sempre que falo nisso, as pessoas olharem para a situação com um certo choque, também não ajuda. 

A verdade é que o motivo de tal atrocidade, foi o facto dos alunos o preferirem. Sacrificaram o turno do tarde, e fundiram-no com o turno da noite, para terem uma semana livre. Mas eu ainda não decidi o que vou fazer com essa semana. Não faço a mínima ideia, e ter uma semana em que não sei o que vou fazer, num país que não é o meu, sabendo que toda a gente vai estar ocupada, não é assim tão apelativo quanto isso. Provavelmente, só vai dar para repor as tais horas de sono perdidas, a tratar cólicas noturnas, a trocar soros, a mudar ice packs, e a assistir a cirurgias matutinas. 

As cirurgias até são giras, a não ser pelo facto dos cirurgiões serem geralmente pessoas com péssimo feitio assim que agarram no bisturi, e fazerem perguntas que a certa hora da noite já ninguém consegue responder, nem com duas coca-colas, dois cafés, e três redbull no sistema.

É claro que eu não me importo nada, e até gosto bastante, de caminhar pelos estábulos, e ver os cavalos. Mas estamos na Bélgica, e colocar pezinhos na rua às 6am não é propriamente uma tarefa agradável. O frio hoje era tanto, que eu já nem conseguia distinguir bem os cavalos, quanto mais ver se os soros estavam mesmo a correr ou não, ou ouvir se a bomba de soro estava a apitar.

Os meus colegas esta semana são fixes, e até divertidos. No entanto, calhei no grupo de um moço que matou um pónei (que ia morrer que qualquer maneira, mas enfim), ao abrir a porta onde passa o sistema de soro na bomba, e deixou que a lidocaína corresse toda para a jugular do pobrezito; e que desapareceu num turno de fim de semana para ir para os copos. 

Isto tem tudo para correr bem...

Nicas

segunda-feira, outubro 12, 2015

What the...?

Quando estava a fazer Erasmus em Barcelona, umas boas semanas mais tarde apareceu na residência um rapaz canadiano com quem joguei voleibol no primeiro dia em que ele decidiu ir conhecer a malta. Naquele mesmo dia joguei também com uma rapariga belga que mais tarde vim a descobrir que era aqui de Gent, e foi a primeira vez que tomei conhecimento na primeira pessoa dos palavrões em francês... Ai, saudade.

A partir daquele dia, apenas estive com o rapaz com ele embriagado (eu também devia estar às vezes, mas o moço era uma exagero), excepto de uma vez, em que conseguimos ter uma conversa de gente decente, e foi suficiente para manter uma relação de simpatia.

No outro dia ele publicou uma frase de uma série de desenhos animados que me deixou a pensar. Fui pesquisar um pouco mais sobre a série, e ela tinha 9,2/10 no imdb, então comecei a ver... A série é a só a maior mixórdia que se pode imaginar. Nada faz sentido, mas depois tudo faz sentido de certa forma.


Esta não é a frase que ele publicou, mas sim a que me marcou mais.

Nicas (Rick and Morty: O maior 'wtf' que existe. Mas hei, 9,2/10 no imdb...)

sábado, outubro 10, 2015

Para a vida mudar

Se procurarmos um bocadinho por um bom filme (às vezes nem precisa de ser um filme assim tão bom) ou um bom livro (que também não tem de ser assim tão bom), podemos ler nas histórias, principalmente nos finais felizes, uma altura que uma determinada personagem decide mudar alguma coisa: uma atitude, uma perspectiva, uma maneira de pensar... qualquer coisa que muda o curso da sua vida, e as coisas começam a fazer sentido. No entanto, parece instantâneo. 

Quando é que isso nos acontece?

A sério?! Quando é que eu vou olhar para mim e para minha vida, e ver que tudo faz sentido? Quando é que os meus amigos e a minha família vão olhar para mim e pensar: A Vanessa é uma pessoa com as ideias no sítio, e está num bom caminho. Eu pessoalmente olho para mim própria e penso que ando perdida, e às vezes demasiado focada em mim própria quando deveria valorizar os meus amigos, a minha família, e as coisas boas que acontecem na minha vida. Fico demasiado focada nos meus problemas, nos meus dramas, nas minha inseguranças, e presa a sentimentos antigos, passados da validade, que por algum motivo não pareço ter forças para deixar ir. 

Onde está a linha que separa o momento em que estamos demasiado enterrados na nossa vida, quando nos deveríamos estar a concentrar mais nos outros e nas pessoas que são importantes para nós?

Quantos joules de energia são necessários para mudar uma vida?

Nicas




sábado, setembro 26, 2015

Depois de uma noite muito má...

Sente-se que já se leva alguma boa bagagem em cima, quando se sente num buraco, e mesmo assim consegue-se resistir àquela vontade infantil de ir fazer asneira.


Nicas

Gent

Ora cá estou em Gent.... Quando fui para Barcelona estava numa momento da minha vida muito parecido com o momento em que estou agora. Estava perdida, e cheia de desgosto. Pouca sorte a minha que o desgosto tem o mesmo nome, e está um pouco maior agora. Quem disse que deixar ir não era fácil, não estava a brincar...

Quando estava a vir para a Bélgica a minha cabeça não estava cá. Tem graça porque antes de vir estava cheia de medos irracionais, mas assim que o avião se levantou no ar, já não pensava muito em nada. Tinha a cabeça dispersa, mas vazia. Não é todos os dias que o amanhã é uma paisagem incógnita, e todo o que se sabe são vagas instruções de um sítio onde se tem de ir a determinadas horas, e não se tem a menor imagem desse sítio. O que foram expectativas nos dias (semanas e meses) anteriores transformou-se em nada.

A Bélgica é muito verde. É a primeira coisa de nos apercebemos quando o avião começa a descer, quase a querer tocar na paisagem. As pessoas são uma mistura de latinos com europeus do norte. Tem melhor forma física que nós portugueses, quando mais não fosse por andarem tanto de bicicleta. As pessoas nem são fechadas nem abertas, simplesmente são o que são.

Chove imenso, e anda-se muito molhado, mas é uma coisa a que pessoa se acostuma. Já dizia um professor meu que o ser humano não se dissolve na água.

Os Erasmus internacionais (maioria espanhóis, que são muito porreiros) são bastante mais cromos que o Erasmus de Barcelona, e todos eles me fazem sentir que já não tenho idade para estas vidas. Deu-me uma saudade tão grande que andei a fazer stalking aos meus amigos de Barcelona. Mas nada disto é comparável. Quando cheguei a Barcelona eu era das mais novinhas, eu era a crominha, agora estou no 6º ano, sou das mais velhas, e já cá não estou para ir às aulas, estou aqui trabalhar, com um sentido completamente diferente de responsabilidade.

Verdade seja dita, Gent tem imensa pinta. Gostava que me soubesse mais a casa, mas ainda é cedo. Barcelona demorou imenso tempo a saber a casa. As coisas demoraram imenso tem a acontecer, e as amizades a crescer. Por isso, não é de esperar que aqui seja diferente, tal como não seria, se eu voltasse agora neste momento a Barcelona, seria como começar tudo de novo. Até voltar para Lisboa, bolas... senti-me uma extraterrestre, a desdenhar de tudo. Aqui também desdenho de tudo, tipo... Não posso usar VISA no supermercado! Mas é fixe poder andar de bicicleta para todo o lado...

Nicas

domingo, abril 12, 2015

O problema da auto-estima

Na passada terça-feira fiz algo que já vinha há muito tempo para fazer: fiz uma progressiva. O que é uma progressiva? É o contrário de uma permanente. Se uma permanente deixa o cabelo sempre encaracolado, a progressiva deixa o cabelo o sempre liso. E assim miraculosamente, o cabelo fica logo liso, sem precisar de alisador nem de nada. 

Eu antes de o fazer achava que finalmente, ia deixar de me preocupar com o cabelo, e me ia sentir mais confiante. Nada disso. Percebi que engordei, que andei a descuidar-me desde o Verão passado, e sítios onde a roupa estava folgada, já começa a ficar apertada. Que se nota um enchaço na zona da barriga. Mas pior! O cabelo assim depois da progressiva fica oleoso mais depressa, e como se pode usar um champô que faça muita espuma, não fica bem lavado, e em cima fica sempre esquisito. Mas pronto, está bonito assim depois de lavadinho. Está comprido. Mas parece que não condiz com o meu corpo. Sinto-me uma matrafona. A minha roupa não fica bem nas minha novas medidas. A minha prima até disse que eu não estava gorda, estava curvilínea, que é o mesmo que dizer: pois, engordaste um bocadinho. Eu não tenho roupa  para isso! Sinto-me mal. Preciso de trabalhar nisso...

Mas estes pensamentos um tanto pessoais, merecem uma revisão mais profunda. Até que ponto é que as medidas têm significado? Pois eu diria psicológico. A guerra mediática pelo o que é o corpo perfeito, nunca deixou de ser subjectiva. Uma mulher magrinha não é bonita por isso, e uma mulher gordinha não é feia por isso de todo também. Tudo é subjectivo. Umas pessoas são mais bonitas de determinadas formas. Há pessoas que ficam mais bonitas com uma carinha redondinha, e outras que feições mais finas. Há pessoas que se sabem vestir bem de acordo com o corpo que têm, e outras que não. Mas lá está! Tudo depende. Eu acredito que nós temos o direito de, saudavelmente, alterar ou melhorar coisas em nós de que não gostamos. O que está errado é a pressão social subjacente. É muitíssimo difícil uma pessoa ter uma opinião racional e exacta de si própria, e é necessário não se brincar com isso.

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