Hoje estava muito sol, mas uma ventania desgraçada não me deixou ir à praia. Então, subi para o telhado da garagem, e pôs-me a pensar em coisas nas quais só pensamos quando não temos mais nada para fazer.
Este dia de férias não é o único dia de férias que vou desperdiçar. Vai haver muitos dias desperdiçados na minha vida. Na verdade, acho que não fazemos outra coisa do que desperdiçar tempo.
No fim das férias aposto quando pensar no que fiz, só vou ter em mente algumas coisas que fiz em momentos espalhado pelo meio do imenso tempo em que não fiz nada de jeito.
Então, agora sinto-me desapontada, porque estou sempre à espera que alguma coisa aconteça, e que venha roubar esta monotonia toda. Mas por outro lado, a seguir a essa alguma coisa acontecer, vou voltar a ter momentos, horas, e dias de nada, à espera que outra coisa aconteça.
Que tédio, Nossa Senhora…
Por outro lado, o tempo é mau porque enche tudo de nada. Quanto mais ele passa, mas temos medo que quando voltarmos a onde estivemos, ou estivermos com quem estivemos, as coisas já não vão ser iguais.
Então isso deve ser porque ele não é nada, é alguma coisa que apaga, reescreve e repara (ou não)…
Odeio pensar nestas coisas. Fico depremida.
Nicas