terça-feira, agosto 24, 2010

Saber estorvar é uma habilitação profissional

Eu sou óptima a estorvar. E como sou muito consciente desse facto, estou sempre a perguntar se estorvo, e até isso estorva.

Candidatei-me a Medicina Veterinária porque os animais são seres para quem não interessa muito se lá estou ou não. Mais ou menos como a minha família. Mas ao contrário dos animais, eles racionalização isso (e de que maneira).

Dado este talento que tenho, fico sempre com um brilho especial nos olhos quando vejo o trabalho das classes profissionais em que saber estorvar é um pré-requisito.

Os jornalistas, por exemplo, que estorvam toda a gente, mas principalmente os bombeiros, o inem, a polícia, e até as criancinhas pobres de África. Os ministros também têm uma apetência natural, como o Ministro da Administração Interna que foi estorvar os bombeiros para o Gerês, e que está sempre no local errado à hora certa, porque vai sempre para aquela zona muito específica das matas onde não arde. Os desempregados também, se bem que não são bem uma classe profissional, e não são todos, são só aqueles que pedem aos apresentadores de televisão para mandar beijinhos nos programas que dão em horário de expediente. As pessoas que distribuem panfletos na rua, e nos fazem ficar a segurar em papéis sem utilidade nenhuma, o que contribui para o abate de árvores, e para enchermos de mala de lixo. E mais gente que eu agora não me lembro.

Entretanto houve um choque em cadeira. Foi horrível. Toda a gente ficou sensibilizada.

Hoje uma jornalista da TVI, foi para a zona do acidente verificar que só estava uma faixa disponível porque, obviamente, andavam a limpar as estradas. É de se lhe tirar o chapéu. Foi estorvar não só quem estava a limpar a estrada, mas também os condutores que eram obrigados a lá passar quando ainda por cima só havia uma faixa. Tudo para entreter pessoas como eu, que estavam a ver.

Nicas

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