Normalmente as pessoas têm tendência a rotular-se umas às outras. Certamente achamos que isto está mal feito, porque essa é principal fonte do preconceito. Mas e se eu disser que rotular as pessoas é tão antigo quanto o conceito de família? Achariam que tenho razão? Tenho tenho. Ora pensem lá um bocadinho.
Toda a gente é o seu “quê” na família. O meu tio de que falei no outro post, por exemplo, é inevitavelmente o bêbado. Eu, segundo a perspectiva analítica do meu pai, sou a Chica Esperta. Na visão generalizada da minha mãe, eu sou o comboio rançoso. Ou seja, sou mais ou menos como o nosso país. Tal como o nosso país, mesmo que eu de repente me tornasse num TGV iria ser sempre o comboio rançoso, não só na memória de toda a gente, mas também em todos os pequenos e insignificantes atrasos da minha vida.
Assim como o nosso país está rotulado há 900 anos, também eu há quase 18 estou.
Agora pergunto, valerá a pena fazer alguma coisa para mudar isto?
Nicas