Tudo terá começado com uma hipotética conversa como esta:
Infante D. Henrique – Olhai! Vede o mapa do nosso país! Para onde hei de fugir se me der uma daquelas eventuais vontades da realeza de desaparecer, e mandar a minha pátria à fava?! Para o Oceano, onde vivem criaturas marinhas terríveis sedentas do meu real sangue azul, ou para Espanha!?
Servo qualquer – A resposta é clara e obvia meu senhor, a não ser que o senhor queira tirar Medicina, deveria ir para o Oceano.
Infante D. Henrique – Porquê, não gostais de espanhóis?
Servo qualquer – Não, senhor.
Infante D. Henrique – No Futuro irá haver um nome horrível para pessoas como o servo que não gostam de espanhóis.
Servo qualquer – Acha senhor? Um nome horrível? Como… Como, Manuela Ferreira Leite, senhor?
Infante D. Henrique – Não! Talvez… Xeno… Alberto! Isso, Alberto, é mau que chegue. Enfim, se vou fugir para o Oceano preciso de barcos, não é servo?
Servo qualquer – O meu senhor está a tornar-se cada vez mais perspicaz!
Infante D. Henrique – Pois estou! Bem, os barcos são feitos de madeira. Ordeno que se destrua tudo quanto é árvore, para eu e a minha família termos barcos para passear!
Servo qualquer – Tem a certeza? Mandai antes um grupo de badamecos testar.
Infante D. Henrique – Boa ideia, e já sei onde os vou mandar primeiro! Vou mandá-los a Ceuta!
E assim começou a corrida frenética aos sobreiros, aos carvalhos, e tudo quanto é árvore portuguesa. Grande parte da vegetação portuguesa foi arrasada nessa altura. Não! Não foi só o pinhal de Leiria plantado pelo D. Dinis…
Depois alguém lembrou-se que tínhamos falta de árvores, e começou-se a plantar por todo o país pinheiros e eucaliptos que são como as galinhas de aviário, crescem muito depressa. Mas enquanto as nossas árvores do Mediterrâneo estão preparadas para climas quentes, e algumas têm cortiça que as protege dos incêndios, os pinheiros têm resina, que é inflamável. Resultado, agora nós temos belas matas, em forma de barris de pólvora…
Nicas (Infante D. Henrique – Servo, olhai, vede nas notícias - “Praias espanholas foram atacadas por caravelas portuguesas…”
Servo qualquer - Não! Não são caravelas senhor, são alforrecas.)