terça-feira, maio 10, 2016

Histórias da queima de Coimbra para quem estuda em Lisboa

Ou

Dos co-criadores de: O tipo que matou um pónei com lidocaína


No dia do cortejo, por volta das 4 da tarde, no topo escadas monumentais da Universidade de Coimbra, eu estava com um moço amigo de uma amiga minha, que bêbado se lembrou de me levantar ao colo e beijar-me. Não, não era para ser romântico, talvez o tivesse sido, na minha cabeça durante uns minutos (ainda estive ali no colo dele muito tempo), porque gostava mesmo que tivesse sido dado o meu historial, e por ele ser mesmo (mesmo) muito jeitoso.

Eu acho que toda a gente tem histórias da queima, principalmente as pessoas que estudam lá. Mas para quem não estuda lá, o que acontece pode levar um toque de surreal e de esquisito. É como a Animalada na UAB... Surreal e esquisito para quem é de fora, e o evento mais aguardado do ano para quem lá estuda.

Tinha conhecido o moço na noite anterior num jantar, e não se pode dizer que tenha acontecido nada de especial connosco. Contudo, a verdade é que ele era tão giro, que eu tinha passado a noite toda a pensar nele. O raio do karma andou a brincar comigo. Tantas vezes a rejeitar pessoas bastante aceitáveis da minha vida, que agora interesso-me por uma pessoa que seguramente nunca me vai achar graça nenhuma. Agora pode pensar-se 'mas afinal acha', citando o início do texto, mas não... Recapitulemos:

Este moço ainda na noite anterior à do jantar, me tinha cumprimentado no recinto, por estar com a minha amiga, como se já nos tivessemos conhecido antes. Estavamos ambos, completamente bêbados (sendo que ele estava bastante mais), abraçou-me e disse qualquer coisa parecida como: 'Então, tudo bem?' Ao que respondi embaraçosamente: 'Sim, obrigado'... Eu sei, péssimo. Na noite em que nos conhecemos mesmo, a primeira coisa que me disse foi: 'Desculpa, eu sei que nos conhecemos ontem, mas não me lembro bem de ti', ao que eu respondi: 'Deixa lá,  não tem mal', e a minha amiga disse por cima: 'Ela estava toda bêbada!'.

Algum tempo depois de estarmos no restaurante, e minha amiga estava numa conversa com ele, e com outro moço impecável. Ele estava a contar que na noite anterior tinha estado tão mal depois de estar na recinto, que sentiu que tinha de ir para Hospital. Ele nem foi a andar para lá, nem chamou uma ambulância. Encontrou um carro do INEM estacionado à porta de um bar onde o paramédico estava a empinar shots. Sim, não me enganei. A fotografia final era ele deitado no banco de trás do carro, com o amigo dele sentado no banco de pendura com um copo de gin, e o paramédico a conduzir já tocadinho, vá. Mas a história continua, e não quero contar muito, porque a história não é minha, mas long story short: depois de ter estado a soro, saiu do hospital sem dizer nada a ninguém, e foi para discoteca.

É de pensar: Minha! Tu tens problemas! Tenho, muitos... dá para perceber. Mas ele devia estar um farrapo. Ao que parece a namorada dele tinha acabado com ele há pouco tempo. Eu não tenho grande pena, não estamos a falar de um santo. Mas deve ter sido mau, dado de que entre a noite do jantar e o dia do cortejo, ele não foi casa. De facto, estava a aproveitar a queima para apanhar uma bebedeira monumental, e curtir com miúdas. 

Por isso, sim, o karma lixou-me mesmo. A seguir à cena das escadas, e apesar de ter ficado com o número de telemóvel dele, e ele viver em Lisboa, eu não posso, não posso mesmo, dizer-lhe nada. Está a dar cabo da minha cabeça. 

Só estou a escrever isto aqui porque acho uma infantilidade tão grande, que ninguém com quem eu desabafe quer saber disto, e a comédia da situação fica muito bem aqui para melhorar o bloqueio da escrita que tenho tido.

Não consigo tirar este moço bêbado a cabeça. Malvada vida...

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