segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Vi 2 filmes hoje

Hoje vi dois filmes. Porque é domingo, e não porque sou uma falhada anti-social que não sai de casa. Embora também não seja totalmente mentira nos dias que correm.

O primeiro filme que vi foi The Man from U.N.C.L.E. (2015), que recomendo porque é mesmo filme de Guy Ritchie, não engana ninguém. Quem conhece os do 'Sherlock Holmes' reconhece bem. Está muito giro, porque faz serviço público. Um filme com, não só um ator principal muito jeitoso, mas sim dois, é de louvar e recomendar (Henry Canvill e Armie Hammer). Mas a Alicia Vikander também aparece eu gosto muito dela (The Danish Girl...).

Mas o segundo filme que vi, esse sim, é das comédias românticas mais engraçadas que já vi: Trainwrech (2015). Pronto, a Amy Shumer é uma tonta no filme, e uma daquelas bem exageradas. Contudo, subtraindo tudo o que é necessário para fazer uma comédia norte-americana, a história está gira. É mesmo assim que acontece, ou quase sempre. 

Muitas mulheres passam a vida a falar mal dos homens. Julgam o todo pela parte. As pessoas nunca deixam de ser pessoas, e no fim todos queremos e procuramos as mesmas coisas. Claro que existem muitos homens que não prestam, mas se pensarmos bem, as mulheres que escolheram esses homens, escolheram os que têm mais opções, e as viram exatamente como tal: uma opção. Podem ter mais opções porque têm uma lata brutal, um carisma enorme (ou só um paleio excelente), uns abdominais gigantes, são lindos de morrer... Mas também o podem ter mulheres, e as pessoas às vezes não correspondem, têm defeitos, problemas, e daddy issues... Magoam-se umas às outras. Sempre. Todos os dias. E é muito triste, mas é mesmo assim...

Temos de admitir que não é com esses homens que a maioria das mulheres acaba por casar. Casam (ou assentam) sem motivo aparente por alguém porque sentem algo que nem conseguem explicar, e que mais ninguém vê nem entende. E quase nunca era o galã do secundário. No fundo o coração quase não tem olhos. Pode ter. Pode até resultar. Mas no final das contas não é o mais importante.

Eu acho que toda a gente sabe isto. Mas pronto, achei que devia escrever.


Nicas

domingo, fevereiro 21, 2016

A crise dos 20

Os 20s são um intervalo de idades muito estranho. É-se adulto, mas não tanto nem mais ou menos. Temos energia, e queremos fazer tudo, mas geralmente não temos dinheiro. Temos visão mas somos desvalorizados, porque muito de nós caem facilmente na futilidade e na superficialidade. É um sacrifício muito grande fugir das massas, porque sabemos que é onde toda a gente está, e não queremos nem por nada estar sozinhos, porque não sabemos o bem que nos faz, mas conhecemos o mal.

Eu sou uma 'vinte e qualquer coisa' especialmente insatisfeita, e com o tempo tornei-me irritável, impaciente e fria. 

Há uma altura muito estranha na vida em que percebemos que é na família que está o nosso melhor refúgio. Por vezes os melhores amigos tornam-se família. Mas noutras altura encontram outros caminhos, seguem diferentes caminhos, já não se identificam connosco e sentem-se melhor com outras pessoas. Mas as pessoas na nossa família nunca se vão embora inteiramente. Somos todos diferentes, mas todos lutamos pela felicidade uns dos outros. Os pais são um tesouro. São o maior tesouro que temos. E em certas alturas são as únicas pessoas que estão lá para nós, quando mais ninguém tem paciência para estar. 

Mas o 20s não são para passar com os pais e com família. Os 20s são quando temos de trabalhar para nos tornarmos pessoas interessantes. 




E tornar-se interessante dá uma carga de trabalho...

Nicas

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

'Eu também tenho sonhos'

Ontem enquanto discutia com a minha mãe veio à tona o quanto esta época tem sido má para o meus pais, ela disse-me: 'Eu também tenho sonhos! O que é que eu faço com eles?'. Para que eu pudesse concretizar os meus, os meus pais não puderam concretizar os deles. Eu nunca me defini a mim própria de ingrata. Ingratidão nunca foi nada que sentisse em relação a nada. Mas o que ela disse, caí-me que nem uma bomba. 

No outro dia um artigo do Público pareceu-me bastante convidativo a ler, mas não o li. Já sabia o que dizia. Falava de como a sociedade hoje em dia cultiva cada vez mais o 'Eu' em detrimento do 'Nós'. Que vivemos obcecados com o nosso reflexo, com os 'likes' do Facebook, e os corações do Intragram. Que somos cada vez mais egoístas. Que o sucesso individual é mais importante do que o colectivo. Talvez. Mas as pessoas que tiraram essas conclusões provavelmente basearam-se na quantidade de pessoas que povoa descontroladamente as redes sociais. E está enganada. Pessoas egocêntricas sempre existiram. Têm é mais recursos agora. Mas não são a maioria.

Por menor que seja a fé que tenhamos na humanidade, temos de dar a César o que é de César. É típico da juventude andar-se perdido, é típico ser-se alvo fácil de tudo o que é novo (aka tecnologias), e típico também quer que gostem de nós (aka ser fixe). A juventude sempre foi o problema, sempre esteve mal, sempre foi de mal a pior.

Não é justo comparar a atitude da minha mãe com a minha. É normalmente que eu nunca tenha pensado nos sonhos da minha mãe. Ela é uma senhora adulta. É a minha mãe. Há muito pouco que eu possa fazer em relação aos seus sonhos.

É mais fácil ver a vida como a 'timeline' que ela é. Eu acredito que daqui a uns anos quando esta geração de 'gente egoísta' tiver filhos, vai ser qualquer coisa parecida com a minha mãe, capazes de sacrificar os seus sonhos pela educação superior dos filhos. O bem colectivo da família. Porque é que o que faz parte. É o que faz sentido. Duvido que irão ser malta quarentona a contar 'likes' no Facebook. 

Nicas

terça-feira, fevereiro 16, 2016

Desestigmatizar

Hoje tive uma troca de pontos de vista com a minha irmã sobre a eutanásia. De um lado uma enfermeira de cuidados intensivos, e do outro uma veterinária 'wannabe'. Tinha tudo para correr mal. 

Os veterinários consideram mais 'humano' aliviar o sofrimento, e deixar que os animais partam deste mundo com dignidade, quando já não há nada que se possa fazer. Mas contudo, quando falamos realmente de 'humanos' existem pessoas que não consideram mais 'humano' deixar que as pessoas partam deste mundo com a mesma dignidade e ausência de sofrimento. Fala-se da evolução da Medicina, dos cuidados paliativos, e dos testamentos vitais. Okay, e daí?

Para mim o que faz sentido é que todas a pessoas sejam capazes de atingir a felicidade, qualquer que seja a definição que têm de 'felicidade', respeitando a sua liberdade, e claro a dos outros. É o tal 'dizer': A minha liberdade acaba quando começa a tua'. 

Não faz sentido para mim que um grupo de pessoas em posição privilegiada possam opinar sobre questões que não entendem, e que concernem a outras pessoas. É como o casamento e a adopção por casais homossexuais: Quem raio sou eu para opinar sobre o que um grupo de pessoas do qual eu não faço parte pode ou não fazer com as suas vidas? E não me venham com a conversa do superior interesse da criança... Perguntem-lhe: Olha, achas estas pessoas simpáticas, achas que vais gostar de viver com elas?. Ah e tal, depois são gozadas na escolas: Eu também fui muito gozada na escola, e os meus pais são heterossexuais. Faz confusão? Também há muita coisa que me faz confusão.

Isto para dizer que se alguém acha que sua vida já não faz sentido, porque a sua condição de saúde não permite que viva a sua vida em pleno, e está em sofrimento, não devia haver ninguém que pudesse tirar o direito à pessoa de morrer com a dignidade que quer. Claro que não se pode tirar a nenhum profissional de saúde a opção de fazer objeção de consciência, mas é só mais uma escolha que se dá, e isto não devia fazer confusão a ninguém.

Nicas


segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Dias que aleijam Part. II

Ontem foi então o 'pior dia do ano'. Não foi assim tão mau. Uma coisa interessante (e assustadora) acerca do Facebook, é que ele sabe tudo. A maior parte dos artigos e das publicações que surgem seguem um padrão. Por isso, coincidência ou não, não me apareceram coisas muito lamechas no News Feed. A verdade é que naquela altura em particular, eu nem sequer estava muito preocupada, ou sequer ressabiada como estava no dia em que escrevi o outro post. O Sporting tinha passado para o 1º lugar do campeonato, e aquele rasgo de alegria abriu-me o espiríto. Chamemos-lhes prioridades.

A minha veia curiosa já me fez por várias vezes ir à procura de estudos e explicações para o Amor romântico. O que é isso? Porque (me) nos afeta tanto? Nos traz tanta alegria, mas tanta tristeza? O TED é um excelente 'sítio' para procurar formas inspiradoras de olhar para os assuntos. Informação é poder, e é a melhor ferramenta para entendermos as questões e sabermos pensar sobre elas.

Não existe qualquer tipo de consenso científico em relação ao amor, e o porquê de o sentirmos. Os mecanismos fisiológicos estão mais ou menos bem conhecidos, e até existem alguns estudos que explicam porque é que algumas pessoas demoram mais tempo do que outras a ultrapassar alguns desgostos amorosos. Esta última é bastante interessante, e está relacionada com a forma como a pessoa se vê a si própria, ou seja, pessoas que acreditam numa visão não estática e dinâmica da sua própria personalidade, são capazes de ultrapassar desgosto mais facilmente. Mas de resto, há pouca coisa, e são muito vagas. Testes com ressonância magnética...

Quando não há consenso científico objectivo sobre as coisas, nas mãos de quem é que ficam os assuntos? Dos filósofos... E eu não sei falar de Filosofia. Contudo desde Platão: 'Love makes us whole, again', (faz lembrar aquela música: 'Love, love will tears us apart, again' dos Joy Division, se calhar foi daí) passando por Buddah: 'Love is a misleading affliction', (um impedimento de atingir o Nirvana) até chegar a Beauvoir (grande senhora): 'Love let us reach beyond ourselves', muitas são as teorias sobre o que é, e para eu serve o Amor romântico.

Gostei muito da Simone de Beauvoir porque dizia: 'The problem with tradicional love is that it can be so captivating, that we are tempted to make it our only reason for being. Yet dependence on another to justify our existence easily leads to boredom and power games.', então dizia que vez disto: 'Lovers should support each other into discovering themselves, reaching beyond themselves, and enriching their lives and the world together.'

Afinal de contas, e segundo Brigid Delaney, podem haver muitas razões para se estar sozinho. Não significa que se seja um falhado. Pode simplesmente ainda 'não ter acontecido'.
Eu gosto de pensar que me encaixo em:
'Or you are single because love hurts too much and you are walking around pained by wounds that nobody can see – and that’s OK as well. Be single for a while, my friend, or maybe forever.' 

Nicas

quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Dias que aleijam

Está a chegar um dos piores dia do ano, o dia dos namorados ou dia de S. Valentim.
Se formos à Wikipedia, podemos ler:
'O imperador Cláudio II, durante seu governo, proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Cláudio acreditava que os jovens, se não tivessem família, iam alistar-se com maior facilidade. No entanto, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do imperador. Seu nome era Valentim e as cerimonias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens jogavam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que jogaram mensagens ao bispo estava uma jovem cega, Artérias, filha do carcereiro, a qual conseguiu a permissão do pai para visitar Valentim. Os dois acabaram apaixonando-se e, milagrosamente, a jovem recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: “de seu Valentim”, expressão ainda hoje utilizada. Valentim foi decapitado em 14 de fevereiro de 270.'

Ou seja, no dia de S. Valentim celebra-se a data da decapitação de um bispo. Que bonito!
É dos piores dias do ano, porque era como se houvesse o dia dos magros, para que todos os gordos se ficassem a sentir mal, e tivessem de ir fazer dieta para no próximo ano já poderem celebrar. 
É um dia para ficar em casa a chorar o dia todo num canto, ou a ver filmes de terror para dissipar a vontade de sair de casa para ir cometer suicídio. 
Vou isolar-me em casa, e não vou falar com ninguém. Se vir um coração que seja, acho que vomito.

Nicas

quarta-feira, fevereiro 03, 2016

E saltitam

Encontro-me neste momento num bar da praia aqui no Baleal. Se estivesse aqui algum dos meus colegas de Gent, iam achar que isto é o Brasil. Só tenho uma camisola fininha vestida, casaco há muito atirado para o lado. Se a praia não estivesse outra coisa que deserta, com esta luz, mas sem vento, podia dizer-se que eram 19 horas de uma tarde de verão. Mas não, são 16h30, de um Inverno, que não é Inverno, não é Outuno, não é Primavera, nem é nada. 
Estou com o pc a ouvir Justin Bieber (admito, vá, esta treta cola na cabeça, como super-cola 3 nos dedos), a tentar escrever a minha tese. Mas (há sempre um 'mas') um grupo senhoras com bebés resolveu rodear-me por todos os flancos, enquanto comem gelados e se riem com as selváticas criaturas a saltitar. Nada contra saltitar! É uma coisa das crianças, as crianças saltitam, as senhoras é que não deviam saltitar também! 
Pode colocar-se a questão de eu ser uma parvalhona sem coração, aqui a falar mal de senhoras que trazem crianças para vir comer gelado, provavelmente é isso...

Nicas

segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Neurótica

Durante estes dias em que só tenho de escrever a tese e estou fechada em casa (tenho de me deixar de só escrever em casa), sinto o peso todo do Mundo em cima de mim.
A única coisa que separa a minha neura da minha paz de espírito são papeis. Papeis que têm as datas mal postas... Só isso. Todos os dias vou a mail, e todos os dias durmo mal, porque ninguém me responde, ninguém me manda os documentos, e já lá quase um mês nesta espera. 
Ora porque é que eu sinto o peso do Mundo?
Porque vejo as notícias todos os dias, vejo a desgraça de que vai por isso Mundo fora, e a minha vida é isto... Esperar por e-mails, e dormir mal por ter de esperar por mails. Não ajudo ninguém, não me ajudo a mim própria, nem contribuo nada para este Mundo.

Nicas

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