Com tanta virose que anda para aí, acho que nunca tive o nariz tão apurado como ultimamente. Ando nostálgica, e os cheiros não ajudam.
Mais do que qualquer música, ou coisa que se observe, os cheiros são altamente activadores da memória. Há cheiros que são capazes de me transportar para memórias mesmo muito antigas.
Eu costumava achar que o meu maior activador de memórias, era a música “Street of Philadelphia” do Bruce Springsten, mas cheguei à conclusão de que não. Um dia, destes estava no autocarro a caminho de Lisboa, e um cheiro qualquer que entrou pelo autocarro quando a porta abriu, fez-me lembrar de quando construía casas com caixas de horta vazias nos tempo em que era pequena, e os meus pais levam-me para os terrenos com eles, e eu ficava lá a brincar (na altura em que ninguém me pedia que arranjasse alhos).
Sem exagero, fiquei o assim o dia todo… Amanhã já não vai ser assim porque já dei por mim a espirrar.
Eu costumo acreditar de que a melhor maneia de encarar uma fase má da vida, é olhando para todas as fases boas e más porque já passei. Claro que com 19 anos não há propriamente muitas fases para comparar com o quer que seja, mas a simples lembrança de como antes das chatices se era relativamente feliz, pode ser suficiente para acreditar que deixando as tristeza de agora para trás, podemos voltar a sê-lo. Faz sentido na minha cabeça.
Claro que esses cheiros que nos trazem boas memórias e nos deixam inconscientemente felizes não são coisas que acontecem todos os dias. Para mim, às vezes até funciona melhor uma musiquinha do Bob Marley.
Nicas