Eu já só queria acabar o estágio. Não tive um único dia de folga só para passear. Os únicos passeios que fizemos foram nas horas vagos do dia, e confesso que em algumas alturas apetecia-me mais estar a fazer uma bela sesta em vez de estar ali. Por isso, em vez de acabar o estágio no dia 29, e vir para casa a 30, decidi acabar a 28, fazer um mês exacto, e tirar o 29 para explorar Copenhaga, a partir de onde ia ser o meu voo.
Havia um problema: Ia estar sozinha. Um amigo meu vinha para cá para uma conferência do BEST, mas cortou-se comigo poucos dias antes. Ou seja, ia ser uma aventura.
Parti da Flyinge às 7h30, apanhei o comboio e fui para Copenhaga. O que eu sabia de Copenhaga não ia muito para além de ser capital da Dinamarca. Saquei do Google Map as indicações para o caso de não ter internet, e fui à procura do hostel.
Eu sou uma pessoa de introduções, ou seja, sempre que chego a um sítio novo, e preciso de ajuda, faço uma introdução. A minha intenção é atrair empatia, para conseguir que as pessoas me ajudem com mais vontade. Então quando cheguei ao hostel:
Eu - Good morning! I have been doing an externship in Sweden, and I'm only in Copenhagen for a day. Do you have any suggestions for me to appreciate the city since I'm only going to be here during this day?
Mocinha do Hostel - You have some free tours. You can go, and then you pay as much as you want.
Eu - Nice!
E lá fui eu. Mas sem antes aproveitar o wi-fi para contar à família que esta desenrascadona, estava sozinha, mas estava na maior. Quando cheguei à praça do City Hall, primeiro fui ao Hard Rock gastar dinheiro que não devia. Acontece que a economia da Dinamarca é ainda melhor do que a da Suécia, e as coroas deles valem mais. Isto de pensar que 'krones' são 'krones' e pronto, valeu-me uma choradeira que vou descrever mais à frente. Depois quando cheguei perto do grupo de pessoas, era simplesmente muita gente. Tudo em grupos, e eu ali sozinha de telemóvel na mão, a postar a foto que pedi a uma senhora simpática para me tirar antes de ir para o hostel. De repente: People for the spanish tour? E bling-bling-bling: Me! Me! Ora porquê? Não há malta mais fixe que a latina: 4 portoriquenhas, e uma espanhola a fazer o tour... É assim que se fazem amigos. Durante o resto do tempo, estive com a elas. Super simpáticas.
Fizemos aquela tour, e outra mais... Comprei 3 lembranças para a família. Comprei um latte. Comprei uma sandes e um sumo. Dei uma gorjeta de 70 kr no total (10€, eu pensei que fosse menos, porque em coroas suecas, seriam 7€). Quando fui ao McDonalds jantar (a pensar que ia ser barato): Card declined. Whaaattt? Ah pois, 100€ foram para o caraças assim sem mais nem menos, sem eu os ver. E era a Vanessa a chorar ao telemóvel que tinha fome e não tinha dinheiro, e os dinamarqueses que fossem roubar a tia deles, que isto assim não dava. A minha mãe transferiu logo dinheiro, e eu fiquei com depressão de millennial, ali sozinha tão independente a comer um hambúrguer do McDonalds em Copenhaga, mas que tinha pouco antes telefonado à mãe a chorar porque não tinha dinheiro para comer. Que vergonha.
Fui dormir para o hostel. Dormi que nem um anjinho. Podia ter dormido mais, mas isto de acordar todos os dias às 6h/7h da manhã, programa uma pessoa.
E agora estou aqui na aeroporto de Copenhaga. Um típica millennial de pc no colo e usufruir do wi-fi grátis, para ir escrever treta na Internet, cuscar o Facebook, e ler artigos sobre o Game of Thrones.
Nicas