Estava ali no dorme-não-dorme, um dos momentos mais inspiradores da vida da pessoa, tal como os duches, e estava a sentir-me tão comfortably numb, que me apercebi que não quero voltar a Portugal. Quero ver os meus amigos, quero estar com a minha família, mas não quero voltar a título definitivo.
Quero ficar aqui, onde as possibilidades continuam tão altas, onde estou tão livre para sair como para ficar em casa, onde não tenho de me preocupar com a opinião de ninguém, onde as minha inseguranças pesam tão pouco. No fundo, quero continuar em fuga...
Descobri que Lisboa me deixa insegura. Gosto tanto dos catalães, aqui em Barcelona é que percebi o que quero mesmo da vida... Estou entusiasmada com a veterinária.
Quero continuar a andar em fuga.
Então agora ando a fazer pesquisas, a procurar possibilidades de fazer internatos o mais longe possível, nem me importo que a minha mãe me queira matar por isso. Estive a ver Austrália, Nova Zelândia, porque os meus professores disseram que é um sítio onde estão a precisar de veterinários para grandes animais, e vou começar a ver África e alguns países da América do Sul, com o Brasil como preferência. No final do 5º ano fujo outra vez, mas com mais estilo e para mais longe. Vou à procura de um sítio onde precisem de mim.
Nicas