sexta-feira, maio 10, 2013

Wilde

Hoje andava particularmente bem-disposta. Claro que me custou torresmos a levantar da cama. Claro que me atrasei a sair de casa. Claro que as minha aulas acabaram todas tarde, e em todas elas tinha uma vontade insuportável de comer ou de ir à casa de banho. No entanto, estava bem-disposta, e depois de uma conversa no metro com uma colega minha, dei por mim a citar Oscar Wilde: "Há duas tragédias na vida: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, a outra a de os satisfazermos.", isto porque ela queria ir para Barcelona mas entrou em Córdoba, e ficou completamente conformada dizendo que se foi assim que aconteceu, era porque era assim que tinha de acontecer.

Nós não nascemos para termos tudo o que queremos, mas sim aquilo que de alguma forma "foi feito para nós". Eu não acredito em destino como já disse, mas sim na capacidade da vida de acontecer como faça sentido. Há coisas que fazem sentido lutarmos por elas, há outras que não.

Mas a angustia da perda é qualquer coisa que faz um vazio no peito, uma dor que chega a ser física até, é uma completa e total descoordenação entre cérebro e coração. Passado algum tempo (muito às vezes) esse vazio preenche-se com uma sensação reconfortante de conformismo, e as coisas começam a fazer sentido.

Eu adoro os Rolling Stones, têm a capacidade de pôr uma letra triste numa música alegre (quantas vezes não cantei já alegremente: "I wanna see you painted, painted black, black as the night, black as the coil!"), e eles têm uma música que retrata muito bem isto:




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