Eu ando anti-Benfica. Nada contra ninguém, é simplesmente meu. Ganhei uma muinha, uma muinha malvada, como se andasse sempre tudo a correr bem àquela gente, e se lhes faltasse a humildade de vencedor.
Eu tenho dois grandes ídolos do ténis, o Roger Federer e a Maria Sharapova, que são dois exemplos de como ganhar é uma energia positiva, e não um combustível para o ego. Mas no futebol há toda uma guerra de egos que é insuportável. É tão bom saber perder como saber ganhar. É a diferença entre ganhar porque se é bom, e o ganhar porque os outros são maus.
Em boa justiça, acho que o Benfica devia ganhar todas as finais, porque chegou até lá. Se formos a ver não descuraram nenhuma competição, dedicaram-se a todas, chegaram a três finais, e isso é de louvar. Mas agora, chegar lá e andar a desfazer os outros clubes é outra coisa completamente diferente. Não me dá vontade nenhuma de os ver ganhar, porque sei que se isso acontecer, vou ter de aturar aquele ego maldito durante muito tempo, e por isso se em vez disso, andarem de orelhas baixas é mais confortável para mim, que já não posso ouvir falar de Benfica. Antes o Porto, ao menos eles ganham sempre, já não é novidade, e o ego não cresce, fica do mesmo tamanho. Eu conheço muitos benfiquistas com um mau ganhar que dói.
Por exemplo, eu adoro ver o Djokovic a partir raquetes, e a Serena Williams a reclamar com o juízes de linha. Ambos grandes jogadores! Mas que não gosto de ver ganhar, porque quando perdem é muito mais giro. Ver benfiquistas aziados é do melhor. O melhor benfiquista do Mundo é o meu pai, e por ele nem me importava nada que o Benfica ganhasse e eu sentisse o ego dos outros benfiquistas todos, mas ele não tem ligado a futebol ultimamente.
Nicas