Há muitas coisas que odeio nas crianças (também há outras que gosto, não sou assim tão má pessoa), mas a maior parte dessas coisas não é culpa delas, é culpa dos pais.
Quantas vezes se ouve os pais a chamarem os seus filhos pelo menino e pela menina? Páh… Odeio isso!
Eu, que me lembre, nunca fui chamada pela menina, era o meu nome e pronto.
Por exemplo:
- Oh Pedro! Vai mudar a fralda ao menino!
e
-Oh Joaquim! Vai mudar a fralda ao Tiago!
Eu digo-vos o que aconteceu em ambas as situações:
Na primeira o marido disse: “Claro querida! Onde está o menino?”
E na segunda situação: “Éh páh! Mas esse miúdo ainda não sabe usar a sanita? É que está a dar o Benfica…”
Porquê? (Perguntam todos desesperados e frustrados implorando por respostas!!!") Muito simples, o “menino” representa quase como uma autoridade que implica obrigação. O “Tiago” coitadinho, não!
Mas assim parece uma contradição! (Grita a multidão!)
Não, não parece! As crianças são diferentes dos que eram. Agora as crianças pensam que as pessoas têm obrigações para com elas, são donas de um quero-mando-e-posso de veras…vá…irritante! Tornam-se autoritárias e arrogantes. E por isso quando crescem reflectem o que dizia José Saramago em O Caderno “Muito pais têm os seus piores inimigos em casa”. Claro que os argumentos de Saramago são completamente diferentes dos meus. Mas os meus, embora não sendo científicos, posso prová-los!
Nicas**