Eu nunca estou bem. Não sei se é da minha geração ou da minha cabeça. Se for da minha geração significa que as outras pessoas da minha idade também nunca estão bem. Estão? Não sei. Depende da pessoa.
Eu conheço pessoas para quem tudo está mal. Fazem de tudo uma brutal generalização (eu também generalizo, muito). Mas conheço pessoas que pensam que podia estar pior, ou que nem está assim tão mau. Vamos ver no que dá.
Ainda não fez um mês desde que vim da Bélgica, mas mesmo assim, não tenho pensado em mais nada do que em ir embora.
A minha irmã diz que eu preciso de um psiquiatra.
Se calhar sim. É da minha cabeça.
Por cada fase da minha vida, eu passou mais ansiedade a pensar na fase seguinte, do que na fase que esteja mesmo viver. Como se tivesse aterrorizada pelo futuro, mas mortinha por lá chegar. É muita falta de carpe diem. Por isso é que nunca estou bem, preciso de um pouco de hakuna matata.
Mas e daí? Preciso de despreocupação, o tal detachment, aquele sentimento de que não se deixa nada para trás que se possa eventualmente perder. Essa parte não está difícil...
Mas preciso de pensar, preciso de planear...
Nunca estou bem...
Nicas