quarta-feira, novembro 30, 2011

Marry Crisis

Com o Natal vêm as compras. É uma altura do ano em que se gasta dinheiro, pronto. Porque é tradição.

Mas este ano a tradição vai emagrecer. Se houve uma altura em que as crianças sabiam que com o Natal vinha uma chuva de brinquedos, este ano vão ter de aprender (a não ser que os pais ou sejam ricos, ou sejam irresponsáveis) que a conjuntura não vai dar para muito.

Há muitos anos que as pessoas não conseguem fazer as poupanças que antigamente os nosso avós faziam. Nessa altura aquilo que se esperava das pessoas era que trabalhassem e poupassem, para um dia deixar algo aos filhos com que eles se ajeitassem, eram pilares, que já não existem. Era a perfeita e responsável ligação entre o Passado e o Futuro, e faziam um Presente nem sempre certo, mas mais do que aquilo que eu alguma vez vou poder esperar.

O meu avó paterno pode dar-se ao luxo de deixar a cada filho um estaleiro para fazer uma casa. Um dia, se poder contar com os meus pais para ajudarem a pagar uma prestação, provavelmente vai ser uma sorte de que muito poucos vão poder gozar.

No meu ponto de vista, o que estragou a nossa economia foi a droga do capitalismo que nos deixou embriagados, e nos fez querer mais e mais. É o perfume do reclame, são as botas da revista, o computador e o telemóvel da vizinha. 

Hipócritas somos nós que criticamos o governo de gastar de mais, e de cobrar impostos desmesurados. O Estado são as pessoas. Não é um badameco qualquer, uma entidade abstracta incompetente especializada em lixar-nos a todos. É o teu vizinho que trabalha nas finanças que conta moscas a ignorar filas intermináveis. É o primo da minha mãe que é presidente da câmara. Mas claro, depois também é aquele pessoal do berço de ouro que pensa que um pacote de leite custa 5€, e mesmo assim acham que é barato. No entanto, também somos culpados por deixarmos que essas pessoas assim tenham responsabilidades a este nível.

No fundo, se calhar sou uma comunista envergonhada. Envergonhada não sei bem de quê. Se não for eu e outros tanto a acreditar nessa utopia, astronómicas vão ser sempre as probabilidade de nunca passar disso, uma utopia. Eu só pergunto: O que será de nós?

Nicas

Tecnologia do Blogger.

recent posts